sábado, 23 de fevereiro de 2013

MEU CONSULTÓRIO… em tempos imprevisíveis - Leitura 1

A Faculdade terminou! Finalmente estou formada, sou uma profissional!
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Mas… e agora? Ao mesmo tempo em que me sinto feliz e aliviada, vejo um imenso vazio à minha frente, onde procuro encontrar o caminho que me levará à prática do que aprendi nesses anos de estudos… e a ganhar dinheiro com isso, é claro!

Aos poucos meus olhos vão se acostumando à escuridão desse vazio e então vejo uma palavra que vem ao meu encontro e logo passa voando por mim: “CONSULTÓRIO”.

Lógico! Sou terapeuta, então a primeira coisa que vou precisar é de um consultório, um local onde eu possa atender as pessoas.
“Vou ter que alugar uma sala” – penso – “E comprar alguns móveis para colocar lá… Que móveis?… Vou pesquisar!… Que bom! Já tenho por onde começar!”
Visito os consultórios dos meus professores, de alguns colegas formados há mais tempo; falo com muita gente, terapeutas e não terapeutas... E finalmente chego à conclusão de que vou precisar basicamente de duas poltronas e uma mesinha entre elas, se possível com uma gavetinha para guardar um bloco de notas, caneta, etc... e um armário onde eu possa guardar diferentes tipos de coisas.

Se houver mais condições, posso ter também uma mesa e duas cadeiras… e um tapete, para deixar o ambiente mais acolhedor! Sim, porque desejo que meu consultório seja um lugar agradável, onde meus pacientes se sintam bem e percebam que não estão diante apenas de um profissional, mas de um ser humano que trabalha por prazer e se sente feliz em poder ajudá-los.
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Isto me faz pensar que não desejo que meu consultório seja um consultório qualquer, mas que seja o MEU Consultório. Para isto, provavelmente vou precisar de algo mais, além de móveis e tapete. E embora ainda não esteja totalmente claro para mim o que é esse “algo mais”, é bem óbvio que ele tem a ver comigo, com a minha forma de ser.
Deixo essa idéia amadurecer, enquanto vou tratando das coisas materiais necessárias para montar o Meu Consultório.

Aos poucos vou me instalando e recebendo um ou outro paciente. Estes vão me ajudando a testar meus próprios conhecimentos e, principalmente, meu talento para lidar com os mais diversos tipos de pessoas. Pois logo descubro que cada caso é um caso, mesmo quando se enquadra num tipo “padrão”.

E assim, cada atendimento me inspira novas formas de trabalhar; e estas, por sua vez, me pedem novos materiais, nova organização do espaço… e percebo que Meu Consultório não pode ser uma coisa estática, pois deve refletir a minha própria personalidade criativa, em constante mudança e aprimoramento.
- “Este é o ‘algo mais’!!!” – penso.
Liberto, então, completamente a minha imaginação e criatividade, permitindo que elas criem asas e voem por campos exóticos e inexplorados, trazendo-me idéias fantásticas. E a cada idéia associo objetos simbólicos que me ajudam a levá-las para o universo particular dos pacientes, de modo que possam surtir o efeito desejado. E os resultados são incríveis!

Com isso, acabo comprando mais um armário para o Meu Consultório, porque aquele primeiro já não é mais suficiente para todo o meu material de atendimento. E também mando fazer uma estante só para os livros, pois a todo instante é publicado um livro mais interessante, que não posso deixar de ter à mão para utilizar no momento oportuno. Troco uma das poltronas por um divã… o paciente vai se sentir mais confortável e relaxado. Compro uma maca dobrável e deixo-a num canto, atrás da minha poltrona… para uma eventual aplicação de Reiki ou outra técnica que ajude o paciente a se abrir para a cura. E – muito importante! – instalo uma pequena prateleira junto à minha mesa, onde coloco meus incensos, velas, cristais e tudo que preciso para manter o ambiente energeticamente limpo, pois nunca se sabe que tipo de energia vem junto com as pessoas que entram e saem de lá.

Pronto! Agora sim, Meu Consultório está com a minha cara! Tudo o que posso imaginar em termos de tratamento terapêutico está ali, ao alcance das minhas mãos! Meu Consultório está completo!
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Entretanto, alguma coisa não está caminhando bem… minha vida pessoal anda muito desarmonizada… e de repente algo acontece que me desestrutura emocional e financeiramente. Ao mesmo tempo, os pacientes começam a rarear e os poucos que sobram não conseguem me pagar apropriadamente porque também estão passando por momentos difíceis. Isto só complica as coisas.
De uma hora para outra, parece que toda a minha vida virou de cabeça para baixo!
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E então, percebo que não consigo lidar com minhas próprias crises! Preciso de ajuda, urgente!!! Mas… a quem recorrer? Sempre fui aquela que resolvia o problema dos outros, nunca estive na posição de ser ajudada… Isto é novo para mim!
O que terá acontecido? Como foi que de repente as coisas se inverteram?

Ponho a culpa no Meu Consultório… Deve ter alguma coisa errada com ele e que está se refletindo na minha vida. Lembro-me, então, que uma amiga terapeuta me falou de uma consultora de Feng Shui que a ajudou a harmonizar as energias do seu consultório, numa época em que sua vida estava totalmente fora do eixo.
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É disso que eu preciso! Entro em contato com a tal Consultora e dois dias depois a recebo em meu consultório. Nosso primeiro contato é muito agradável e harmonioso, mas, ao contrário do que eu imaginava, ela não sugere nenhuma grande modificação na decoração ou disposição dos móveis do Meu Consultório. Parece nem estar muito atenta a esses detalhes…

Tanto nesse encontro, quanto nos dois ou três seguintes, nossas conversas giram em torno do meu trabalho, dos meus interesses, da minha vida pessoal e, principalmente, dos meus sonhos… não só os sonhos-desejos, mas mais especificamente, os sonhos que a gente tem quando está dormindo.

Embora esse não fosse o tipo de conversa que eu esperava ter com uma Consultora de Feng Shui, algo me diz que estou no caminho certo, pois cada assunto que abordamos acaba gerando um sonho ou insight – não só da minha parte, mas da parte dela também – que vêm esclarecer um pouco mais determinadas questões e nos mostram novas formas de encará-las.

Mas algumas situações mais problemáticas não se resolvem tão rapidamente quanto eu gostaria, e isso me incomoda muito, pois desejaria que tudo voltasse ao normal o mais rápido possível.

Então um dia, numa conversa com a Consultora, ela sugere que eu reflita sobre esse meu desejo… até que ponto é bom que as coisas voltem a ser como eram? E nessa noite tenho um sonho…

continua...


© Copyright
Vera Corrêa e Suely Laitano Nassif



Workshop:
Meu consultório em tempos imprevisíveis

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Publicado em 28/05/2011 - 12:01

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Filho do Homem - MAGRITTE


Obra: O Filho do Homem (1964)
Autor: René Magritte (1898-1967)
Onde ver: coleção particular
Você sabia?
Magritte pintou-o como um auto-retrato.
Para refletir:
“‎Nós nunca nos realizamos.
Somos dois abismos -
um poço fitando o céu”
(F.Pessoa)

Publicado em 30/06/2011 12.01