domingo, 27 de abril de 2008

Campanha CLAUDIA anti-reclamação

Está lançado o desafio:
Você consegue ficar um dia inteiro sem reclamar? E depois outro, e mais outro? Não vale nem se queixar do trânsito ou do seu chefe. Se sair vitoriosa, a sorte é só sua. Vai sobrar fôlego para resolver os problemas do cotidiano e ser feliz

Tatiana Bonumá Ilustração Andrés Sandoval

Repare: quando alguém quer puxar papo no elevador, logo solta uma reclamação sobre o tempo. Faça chuva ou faça sol, ele é o alvo preferido dos reclamões. Ok! Uma vez ou outra, para estabelecer um contato social, vá lá... Mas, por favor, não progrida nessa batida. Não que você não tenha razões suficientes para se lamentar (o trânsito, os impostos, a violência urbana, o chefe...), mas resista.
“O ato de reclamar interfere negativamente no comportamento e na emoção das pessoas. Interrompe a produtividade, a motivação e o bem-estar. Enfim, é uma forma de não avançar”, avalia Maila Flesch, psicóloga e analista transacional (trabalho terapêutico focado na análise da comunicação). E, o que é pior, vicia!
“Chamamos de compulsão de repetição. É um hábito negativo que se torna crônico. A pessoa não consegue enxergar formas diferentes de se comportar, retorna sempre a essa postura, muitas vezes sem perceber”, pondera Suely Nassif, psicoterapeuta e neuropsicóloga.
É um engano achar que, diante das dificuldades, a lamentação seja natural. De acordo com Maila, pode ser sinal de que algo está errado – não no mundo, mas dentro de você. “Reclamar é reflexo de uma realidade interna. Quando se tem uma imagem negativa de si mesmo, do outro ou da vida, torna-se mais suscetível a esse tipo de comportamento”, esclarece. Será que é sempre patológico? Não.
Para Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (Isma-BR) e psicóloga especializada em stress, “se a reclamação é pontual, justificável e não se prolonga, indica uma reação saudável. Porém, se for acompanhada de explosão de cólera ou emoções muito intensas, desproporcionais ao estímulo, pode ser sintoma de frustração”. Na opinião dela, 99% dos queixosos insistentes estão pedindo ajuda, mas sem verbalizar isso da melhor forma.

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