quarta-feira, 1 de maio de 2013

Frida Kahlo - Notas biográficas


"Eu me pinto porque estou muitas vezes sozinha
e porque sou o assunto que conheço melhor"


Para se entender as pinturas de Frida Kahlo é necessário conhecer a sua vida.

A obra de Frida Kahlo (1907-1954) está profundamente relacionada à história de sua vida e de seu povo. Dizia-se filha da revolução mexicana, período crítico de transição de um estado autoritário para o regime democrático. Frida viveu as grandes transformações de seu tempo, assim como passou por fases de intenso sofrimento no plano pessoal. Aos seis anos contraiu poliomielite, que deixou como sequela uma perna atrofiada e a fez mancar.  Aos dezoito anos, num acidente de ônibus sofreu múltiplas fraturas e teve o corpo atravessado por uma barra de ferro. Por causa desses ferimentos, passou por várias cirurgias e ficou imobilizada por longos períodos. Começou a pintar durante a convalescença, com a ajuda de um espelho preso sobre sua cama. Produziu assim, uma série de obras, em sua maioria autorretratos.

Frida ingressou no partido comunista e pertenceu a um grupo de intelectuais que propunham a recuperação da identidade cultural mexicana, inspirada nas origens e tradições de seu povo. Assim conheceu o pintor muralista Diego Rivera, com quem se casou aos vinte e dois anos e viveu uma relação intensa e tumultuada por traições. A impossibilidade de gerar filhos em consequência das lesões do acidente também foi motivo de intensa dor e frustração, que sua arte permitiu expressar em obras contundentes.

Com o tempo seu estado de saúde se agravou e a pintura se tornou cada vez mais o modo pelo qual pode expressar seu sofrimento, bem como sua capacidade de elaboração e superação. Em sua breve existência, a mulher fascinante e artista incomparável, produziu uma obra que poderia ser considerada surrealista, porém  Frida negou essa classificação, afirmando que não pintava sonhos, mas sua própria realidade.  Representou, não apenas em suas obras, mas no estilo de vida e até na aparência pessoal, a riqueza simbólica da cultura popular mexicana.

Por Lucia Soares e Suely Nassif