segunda-feira, 22 de novembro de 2010

XXIV MOITARÁ

Evento: XXIV MOITARÁ - Por dentro da Metrópole
Data: de 26 a 28 de novembro de 2010


As grandes cidades do mundo são misteriosas. Sua multiplicidade inspira indagações, espantos, evitações, paixões. A SBPA tem o prazer de convidar especialistas e integrantes dessa pluralidade, com a intenção de compartilhar imagens e discursos.

Palestrantes:
Alexandre Pereira (antropólogo); Armando Prado (fotógrafo); Augusto Capelo (psicoterapeuta); Cláudia Grez (analista/Chile); Danilo França (sociólogo); Dartiu Xavier da Silveira (analista); Demônios da Garoa (grupo de música popular); Karina Biondi (antropóloga); Leniza Castello Branco (analista e cantora); Jorge Wilheim (arquiteto e urbanista); José Guilherme Magnani (antropólogo); Liliana Wahba (analista); Maria Inês Mantovani (museóloga); Maria Isabel Branco Ribeiro (Museu de Arte Brasileira - FAAP); Paulo Zanettini (arqueólogo); Roberto Gambini (analista)Rodney Taboada(analista).

Comissão Organizadora:
Augusto Capelo, Carlos Lacaz, José Guilherme Magnani, Leniza Castello Branco, Rodney Taboada, Selma Mantovani (Diretora de Eventos − SBPA), Tito Cavalcanti (Presidente SBPA), Vera Viveiros Sá, Victor Palomo.

Show de sábado do XXIV Moitará.

Os Demônios da Garoa fazem do entusiasmo do samba paulistano a marca registrada do grupo. Grande intérprete de Adoniran Barbosa, em 1965, gravou "Trem das Onze", (eleita em 2000, através de votação popular, a música-símbolo da cidade de São Paulo). Em 1994, os Demônios da Garoa entraram para o Guinness Book - Livro dos Recordes Brasileiro, como o "Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade".

Informações: www.sbpa.org.br

domingo, 21 de novembro de 2010

I Seminário de Educação para Perdas e Humanização da Morte

Evento: I Seminário de Educação para Perdas e Humanização da Morte
Data: 26 e 27 de novembro de 2010
Local: PUC-SP Campus Sorocaba

sábado, 20 de novembro de 2010

IV Encontro Anual de Miniaturas

Evento: IV Encontro Anual de Miniaturas
Local: Atelier Pepp & Orson
Data: 27 e 28 de novembro de 2010
Horário: das 15h às 21h

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lançamento do Livro: "A Dança de Shiva"

Livro: A Dança de Shiva
Autor: Ricardo Pires de Souza
Local: Livraria da Vila - Lorena
Data: 02 de dezembro de 2010
Horário: das 18h30 às 21h30

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Onde fica o humano na clínica?

Da parte para o todo
Da especialização à clínica geral

Como enxergar o humano sem vê-lo no seu todo?
Como tratar se tudo é visto separado?
Como juntar?
Se quando junta a instituição não suporta...
É pequena demais para acolher o homem na sua complexidade.

Seria essa a questão?




Bianca Giannotti Barros

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Lançamento do Livro: "Onde Judas Perdeu as Botas"

Livro: Onde Judas Perdeu as Botas
Autor: Gisele Werneck
Local: Centro Cultural b_arco - SP
Data: 18 de novembro de 2010
Horário: 20h30

Lançamento de Livro: "O Livro Vermelho - Jung"

Livro: O Livro Vermelho de Carl Gustav Jung
Local: Biblioteca Nacional - RJ
Data: 18 de novembro de 2010
Horário: das 15h às 18h

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O espantalho: impressões na clínica

O espantalho veio simbolizar um pulsar recente e antigo.
O espantalho se revelou a mim em meio a este conflito que vivo:
o clinicar doente da clínica....

A pedra que tampa o poço
se faz verdade nestes dias enlouquecidos de razão e ciência....
A pedra que tampa o poço faz-se o próprio poço
e esquecemos da água por debaixo da pedra
e a vida passa a ser mais tangenciável, mas vazia.

Assusta-me o que vejo e penso:

no momento de aflição
quando o ser vai em busca de outro ser
para nele despejar seu fragmentado ser
em tentativa instintiva de se recompor,
o vaso que recebe o doente
é um torpe fragmentado e ácido recipiente.
E o ácido recipiente faz-se naquele que o busca
e perde-se em seus próprios medos e anseios.

Lembro-me de Pessoa...

"Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?"


e reflito.....

não vemos o outro
vemos nós mesmos naquele que nos busca
e somos nós mesmos no que julgamos do outro
como pode ser assim na clínica?
Não pode!

Não pode
porque se pudesse
seriamos nós a fazer no outro
nossos próprios conflitos, sem ver, sem sentir;
seriamos cegos de branco
numa cegueira camuflada de ciência
a fugirmos de nós mesmos.

E ainda assim
é isso que vejo
e é isso que nos circula.
Uma atividade diária
embebida em empirismo e estatística
que nega a intuição
que nega o sentimento
que nega o ser no humano
que nega o humanismo do ser
que se esqueceu do coelho
que ao ver o coelho, vê um pano de fundo branco a conter um relógio.
Somos espantalhos!

Somos espantalhos
a não sentir
a fazer-nos presentes sem sermos mais que palha
aprisionados em torpes botões de camisa
sem poder sorrir
a amedrontar
a poder ser
e nunca vir a ser.
Caminhamos para o vazio do esquecer o subjacente
navegamos por tanto
e passamos a crer que a viagem encerra-se em si mesma.

Não sentimos
negamos o sentir
não ousamos sentir...

Em que medo sincero
em que dor real
terá se perdido
a sensação de estarmos a conversar com o abismo e a escutá-lo?

Em que canto errático de nós mesmos
teremos ficado?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Pedro Shiozawa

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A cruzada de um médico para recuperar o contato: Um ritual que transforma a ligação médico-paciente

Fonte: A Folha publica uma vez por semana alguns artigos do New York Times. Este artigo foi publicado em São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010.
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Por DENISE GRADY

STANFORD, Califórnia - O doutor Abraham Verghese está em uma missão para trazer de volta o exame físico.

A apalpação, a observação e auscultação já foram quase consideradas técnicas mágicas do médico, que conseguia diagnosticar rapidamente um problema usando apenas o olhar aguçado, as mãos hábeis e o auxílio de um estetoscópio.
Presidente associado sênior de teoria e prática da medicina na Universidade Stanford, o doutor Verghese também é autor de duas memórias altamente aclamadas e de um romance categoria best-seller, "Cutting for Stone" ("cortando pedra" em uma tradução aproximada).

Arte e medicina podem parecer díspares, mas o doutor Verghese, 55, insiste que para ele são a mesma coisa.
Explica que as duas carreiras têm o mesmo princípio: "Curiosidade infinita sobre outras pessoas".
"As pessoas são mistérios sem fim", diz. Além da formação médica, ele tem um diploma de letras da Universidade de Iowa.

O exame físico parece estar sendo desperdiçado, diz Verghese, em tempos de inúmeros testes de laboratório e consultas extremamente rápidas ao médico.
Ele brinca que uma pessoa poderia mostrar que teve um dedo cortado, e os médicos insistirem em uma ressonância magnética, uma tomografia computadorizada e uma consulta ortopédica para confirmar.

O doutor Verghese treinou na Etiópia e na Índia, onde havia poucos equipamentos avançados. Ele ainda acredita que um exame minucioso pode produzir informações vitais e ajudar os médicos a decidir que testes solicitar e quais dispensar.

Um exame adequado também conquista confiança, disse, e serve como um ritual que transforma dois completos estranhos em médico e paciente.
Suas ideias repercutiram entre muitos médicos.
Com colegas, ele desenvolveu a Stanford 25, uma lista de técnicas que todo médico deveria saber, como auscultar o coração ou examinar os vasos sanguíneos no fundo do olho.
Fazendo rondas em hospitais, o doutor Verghese está em seu elemento.

Ele falou aos estudantes sobre uma condição incomum que produz fezes cor de prata.
Mandou residentes apalpar as próprias coxas enquanto lhes mostrava exatamente onde enfiar a agulha para tratar um caso de abscesso.
"Puxa, isto é ótimo", disse um deles. O doutor Verghese sorriu. "Estou aqui para surpreendê-los", disse.

Ele diz que, às vezes, se sente quase envergonhado por tanto interesse por seu trabalho, porque as técnicas são as mesmas que aprendeu décadas atrás.
Nascido na Etiópia, filho de pais professores indianos, as expectativas da família eram altas. "Você era um médico, um engenheiro, um advogado ou um fracasso", disse.

Verghese frequentou a escola de medicina em Adis-Abeba, mas, depois que começou a guerra civil na Etiópia em 1974, uniu-se aos pais, que tinham se mudado para os Estados Unidos.
Ele trabalhou no Tennessee durante os primeiros dias da epidemia de Aids.
Antes da Aids, disse, "eu devia ser um idiota arrogante, cheio de sabedoria. A Aids humilhou toda uma geração".

Certa vez um paciente perto da morte despertou quando o doutor Verghese chegou e abriu sua camisa para examiná-lo pela última vez.
"Foi como uma oferenda", diz o médico com lágrimas nos olhos. "Presidir sobre o leito de um homem agonizante em suas últimas horas. Eu o auscultei, percuti com os dedos, nem sei o que estava escutando.
Mas fazer isso diz: 'Eu nunca o deixarei. Não vou deixá-lo morrer com dor ou sozinho'. Não há um teste que você possa oferecer que substitua isso."

Suely Laiyano Nassif