quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Religiosidade e a Evolução da Doença

POR PEDRO SHIOZAWA
Considerando-se a recuperação do paciente portador de esquizofrenia, a espiritualidade desenvolve um papel-chave à medida que pode funcionar como fonte de busca por esperança e significado para as dificuldades impostas pela doença (Corin, 1998 ; Fallot, 1998 ; Tepper et al., 2001 ; Kelly et al., 2005).

A religiosidade tem sido relacionada à proteção contra comorbidades freqüentemente presentes entre pacientes portadores de esquizofrenia tais quais o abuso de substâncias (Mohr et al., 2006 ; Kendler et al., 2003) e o comportamento suicida (Dervic et al., 2006 ; Booth et al., 1998 ; Jarbin et al., 2004). A presença de delírios religiosos, no entanto, tem sido associada a uma evolução clínica desfavorável (Mohr, 2004).

Estudo realizado na universidade de Geneva demonstrou que para 90% dos pacientes seguidos, a religiosidade constituiu elemento facilitador para o enfrentamento da doença, garantindo menor abuso de substâncias, menor incidência de comportamento suicida e maior aderência ao tratamento (Mohr et al., 2006). A maior aderência ao tratamento por parte de pacientes que referiram a religiosidade como fator relevante no enfrentamento da doença foi amplamente estudado por um grupo de pesquisadores suíços (Mohr et al., 2006; Mohr et al., 2004; Borras et al., 2007).

Em revisão qualitativa de literatura recente realizada pela universidade de Yale, o autor correlaciona a presença de religiosidade entre pacientes portadores de esquizofrenia com menores taxas de re-hospitalização, destacando os aspectos protetores deste tipo de comportamento (Sells et al., 2004). Outros estudos demonstraram a mesma tendência (Koenig, 2007).

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