De uma ciência transdisciplinar à clínica inspirada na Psicologia Arquetípico-Simbólica de Carl Gustav Jung.
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sábado, 31 de dezembro de 2011
Newsletter: Feliz Ano Novo - 2012 !
F E L I Z___2 0 1 2 !
Que 2012 seja um ano de ampliação da nossa consciência...
a inspirar um trabalho de formação clínica, capaz de nos
transformar em cuidadores da humanidade e do planeta!!!
Convidamos você a continuar acompanhando nosso
trabalho, neste novo ano que se inicia, com uma novidade:
as “Reuniões Clínicas”, aprimorando
o que já desenvolvíamos nos anos anteriores:
cursos, workshops, grupos de estudo e supervisão.
Fiquem atentos às nossas Newsletters a partir de 15 de janeiro...
Desejamos a todos, um ano especial e
repleto de realizações!
Dra. Suely Laitano Nassif e equipe
www.comentada.com
São Paulo-SP | Brasil
domingo, 25 de dezembro de 2011
Newsletter: Feliz Natal - 2011!
FELIZ NATAL E ANO NOVO!
Desde o início da humanidade até o ponto em que nos encontramos hoje,
finalizando um ciclo que durou séculos e séculos, de experimentação de amor
e ausência de amor, muitos permanecem adormecidos, apegados ao sonho da
dualidade, enredados nas malhas da competição e do consumo desenfreado
de bens materiais.
Mas muitos mais estão despertando para a realidade de que somos seres
incrivelmente criativos e que, assim como criamos um mundo de dualidade,
baseado no medo, na manipulação e no poder de uns sobre outros, podemos
voltar a criar - através da nossa intenção pura - um mundo baseado no amor
e respeito mútuos, onde todos vivam em perfeita colaboração.
Desejamos um Natal harmonioso e um 2012 repleto de realizações!!!
Dra. Suely Laitano Nassif e equipe
www.comentada.com
São Paulo-SP | Brasil
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
ERA UMA VEZ… E AINDA É
Mensagem dos anjos para este Natal
Era uma vez, há muitos, muitos, muitos anos atrás… há tantos anos, que nem o tempo existia ainda… Nesse tempo sem tempo havia um Reino de Luz, onde tudo era Amor, Beleza e Harmonia… e nós vivíamos lá!… Nós éramos os habitantes desse Reino Encantado!
Mas éramos um pouco diferentes do que somos hoje. Nosso corpo não era deste jeito… era mais transparente, mais leve, mais luminoso. E não precisava de tanta coisa para sobreviver. Tudo o que precisávamos era suprido pela Luz da qual fazíamos parte.
Sim, porque, na verdade, não éramos seres totalmente separados uns dos outros, mas como células de um grande corpo luminoso e amoroso que nos sustentava e nos mantinha sempre felizes e saudáveis.
Mas não pense que ficávamos ali sem fazer nada! A Luz adorava criar, e nós, como parte dela, estávamos sempre criando também… criávamos estrelas, cometas, mundos das mais diferentes espécies! Era muito divertido!!! E tudo permanecia na mais perfeita ordem, porque era criado com Amor e sustentado pelo Amor.
Mas um dia resolvemos fazer uma coisa inédita; resolvemos criar um planeta onde se pudesse experimentar não só o Amor, mas a ausência dele também… porque queríamos saber como seria uma vida desse tipo. E assim fizemos!
Criamos um planeta lindo! Com mares, montanhas, cachoeiras, rios, lagos, florestas maravilhosas, flores incrivelmente belas, inúmeras espécies de animais, pássaros e peixes… tudo com muito Amor e Harmonia. E então pedimos à nossa Mãe-Luz que nos deixasse ir para lá e nos desse a liberdade de escolher permanentemente entre o Amor e a ausência dele.
A Luz, que era puro Amor, não podia deixar de atender este pedido dos seus filhos. Naturalmente, ela nos deu sua permissão, mas nos advertiu:
- “Meus Amados, sendo vocês Filhos do Amor, dificilmente conseguirão vivenciar qualquer coisa que não seja Amor, porque estarão sempre agindo, pensando e sentindo com base no Amor. Se realmente quiserem ter essa experiência, terão que esquecer provisoriamente a sua natureza verdadeira e assumir um papel totalmente estranho a ela. Inclusive precisarão de um corpo mais apropriado para essa nova condição. Vocês estão mesmo dispostos a fazer isto?”
- “Sim, estamos!” – respondemos em uníssono.
- “Façamos, então, o seguinte…” – disse a Luz – “Alguns irão e outros ficarão aqui para lhes dar apoio à distância. Assim, mesmo que vocês se esqueçam por completo que são Filhos da Luz e do Amor, seus irmãos estarão aqui para relembrá-los e ajudá-los a voltar ao Lar, caso esta seja a sua escolha.”
No Reino da Luz não existe competição, portanto foi fácil decidir quem ia e quem ficava.
A Luz criou, então, um corpo perfeito para nos abrigar e mais uma vez nos advertiu:
- “Este corpo exigirá de vocês alguns cuidados que ainda desconhecem, mas saibam que tudo o que ele precisar estará à disposição de vocês nesse planeta. Para que não se sintam totalmente isolados de nós, deixarei uma pequena centelha da nossa Luz permanentemente acesa num local recôndito desse corpo, numa das câmaras do que vocês chamarão de coração. Essa chama os conectará conosco naturalmente, sempre que sentirem saudades de algo que não saberão definir, mas que terão certeza que existe… um lugar de Amor, de Paz, de Conforto eterno… Vocês nos chamarão por muitos nomes, e nós sempre os atenderemos… mas nem sempre vocês reconhecerão a nossa ajuda.”
Tendo dito isto, a Luz nos perguntou mais uma vez se estávamos realmente dispostos a enfrentar essa nova vida e, como respondemos afirmativamente, no mesmo instante nos encontramos dentro de um corpo de carne e osso, num planeta maravilhoso, mas em condições totalmente novas!
A primeira novidade – nada agradável, aliás – foi a sensação de solidão, pois não chegamos todos juntos ao mesmo lugar do planeta e, mesmo aqueles que estavam relativamente próximos, também se sentiam isolados, pois já tínhamos nos esquecido que éramos todos parte de um só corpo e, assim, sentíamo-nos estranhos uns aos outros.
Então veio a noite e, com ela, o escuro e o frio. Em seguida, a fome, a sede, o cansaço… Sem perceber, estávamos tomando contato com a dualidade que nós mesmos tínhamos escolhido experimentar. A cada aspecto do Amor, que nos era familiar, correspondia um aspecto, até então desconhecido para nós, da ausência do Amor. Neste novo Reino, havia alegria, mas também tristeza; havia fartura, mas também carência; havia bondade, mas também maldade; saúde, mas também doença; prazer, mas também dor…
E o sentimento de puro Amor que antes nos unia, começou a dividir seu espaço com a ausência de Amor, que se expressava das mais diversas formas: desconfiança, inveja, ciúme, raiva, intolerância, gerando uma sensação que jamais havíamos experimentado antes: o medo!
No começo ainda tínhamos certa consciência da Luz amorosa que se mantinha intacta em nossos corações e intuitivamente nos conectávamos com Ela em busca de conforto e orientação para enfrentarmos todas as adversidades que se apresentavam em nosso caminho.
Através desse contato, fomos inspirados a pesquisar os recursos que estavam à nossa disposição e a inventar uma infinidade de meios materiais que nos assegurassem a sobrevivência do nosso corpo, bem como uma vida confortável, segura, prazerosa e feliz.
Mas, com o passar do tempo, fomos nos apaixonando tanto por nossas próprias invenções e nos apegando tanto a elas, que passamos a acreditar, não só que elas eram imprescindíveis, como também insuficientes para alcançarmos a felicidade que tanto almejávamos. E começamos a dedicar grande parte do nosso tempo a invenções cada vez mais sofisticadas e à busca de recursos para adquiri-las, de modo que pudéssemos satisfazer nossa vontade cada vez mais exigente de ter, ter, ter… ter tanto ou mais do que os nossos semelhantes, acreditando que isso nos faria mais importantes e poderosos do que eles.
Assim passamos a competir uns com os outros na busca de uma vida material que considerávamos ideal. E essa competição aumentou tanto, que chegamos ao ponto de enganar uns aos outros para termos mais posses do que eles; chegamos ao ponto de escravizar uns aos outros; chegamos ao ponto de matar uns aos outros! E assim, nos esquecemos da Luz Amorosa que habitava nossos próprios corações.
Nossa Mãe-Luz continuava nos observando, e toda vez que a balança da dualidade começava a pender demais para o lado da ausência de Amor, Ela preparava um dos nossos irmãos de Luz para vir até nós e, através dos seus ensinamentos e do seu próprio exemplo, reacender a chama do Amor em nossos corações e nos reconectar à nossa própria Luz.
Isto aconteceu muitas e muitas vezes no decorrer da nossa experiência neste planeta, até que um dia nos envolvemos numa guerra tão horrorosa, que Mamãe-Luz decidiu mudar de tática… Ao invés de nos enviar um dos nossos irmãos, Ela resolveu intensificar um pouco mais a Centelha de Luz que habitava o coração de cada um de nós, de modo que nossa mente percebesse a existência dessa Luz e ficasse curiosa sobre sua procedência e função.
No início, foram poucos que lhe deram atenção. Mas estes lançaram tantos questionamentos, que aos poucos foram despertando a curiosidade de outros e mais outros, até que chegou um momento em que a grande maioria dos seres humanos estava se perguntando: “Quem sou eu, realmente?… O que é isto que sinto em meu coração e que me traz a lembrança de um lugar de paz, harmonia e eterna felicidade?… Se existe um lugar como esse, o que estou fazendo aqui, então?…”
E cada questionamento nos levava mais perto da reconexão com o Reino de Luz de onde viemos, permitindo-nos perceber ligeiramente a presença amorosa dos seres de Luz, que a princípio chamávamos de Mestres, por não nos lembrarmos que eram nossos próprios irmãos que haviam se comprometido a nos ajudar a voltar ao Lar, quando assim decidíssemos.
E quanto mais nos conectávamos com esses “Mestres”, mais ia clareando a lembrança da nossa identidade verdadeira; mais íamos percebendo o Amor em todos e em tudo; mais íamos nos dando conta do nosso poder de transformar a ausência de Amor em Amor, pois fomos compreendendo que nós somos o próprio Amor se expressando das mais diversas maneiras e, na verdade, a ausência de Amor é apenas uma ilusão, uma espécie de sonho que quisemos experimentar para expandirmos a nossa noção de Amor.
Nesse processo, tomamos consciência de que formamos uma unidade e que, assim como não existe competição entre as partes de um corpo humano, também não deve existir competição entre nós. Do mesmo modo que o nosso fígado tem uma função, os rins têm outra, os pulmões têm outra, as glândulas outra e todos trabalham juntos em estreita colaboração para o perfeito funcionamento do nosso corpo físico, assim também cada um de nós tem sua função específica neste planeta, e todos precisamos colaborar uns com os outros, de modo que a Humanidade, como um todo, reflita a Paz, o Amor e a Harmonia do Reino de Luz de onde viemos.
E assim chegamos ao ponto em que nos encontramos hoje, finalizando um ciclo que durou séculos e séculos. Muitos ainda estão adormecidos, apegados ao sonho da dualidade, enredados nas malhas da competição e do consumo desenfreado de bens materiais. Mas muitos mais estão despertando, e estes estão ajudando os adormecidos a despertarem também para a realidade de que somos seres incrivelmente criativos e que, assim como criamos um mundo de dualidade, baseado no medo, na manipulação e no poder de uns sobre outros, podemos voltar a criar - através da nossa intenção pura - um mundo baseado no amor e respeito mútuos, onde todos vivam em perfeita colaboração, felizes para sempre!
Neste momento, as portas do Reino de Luz e Amor estão abertas para nós, aguardando o nosso retorno; e nossos irmãos, que lá ficaram, estão nos lembrando que esse Reino não é um lugar definido no espaço e no tempo, e sim um Estado de Ser infinito e atemporal. E nos dizem alegremente:
- “Estamos apenas esperando que despertem desse sonho, pois O QUE ERA UMA VEZ… AINDA É!”
© Vera Corrêa
Dezembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Estive a pensar...
Embebido em um caminho dito científico
me atrevo a algumas considerações que,
por necessidade minha, aprendida, vale dizer,
ponho no papel como se, assim o fazendo,
pudesse concretizar este diálogo
com estas pessoas em mim.
Não penso no CID que automaticamente cabe na mente
acerca das personalidades múltiplas;
tampouco na genialidade do poeta português que foi tantos....
Penso, antes, nesta vivência fragmentadora que nos permeia o ser,
que rompe o que há de possível em nós
e que nos obriga, se tendemos à sanidade, à cisão.
A verdade clínica que hoje Está
é o resultado de um sem-fim de movimentos
que passaram pela magia,
pela observação,
que percorreram os anseios da Escola de Cós,
que sofreram com a cultura onde se embebiam,
que curaram,
que erraram,
que perderam e construíram.
Este movimento rastejante, serpentínico, cíclico,
o construir-se em si mesmo que tem sido esta nossa inestimável medicina, hoje Está.
A prática atual é refletida nos números,
a ciência racional é a ciência do teorizável,
do mensurável...”vejo, logo existe”; “teorizo, logo existo”.
O subjetivo passa pela estatística; o não comprovável, deixa de existir,
tal qual uma criança que ignora o que os olhos não alcançam,
a ciência subestima e mal vê o que suas técnicas não tangenciam.
Mas uma criança sonha.....
Neste caldo, imerso nesta polis imediatista,
amedrontada pela perda,
assombrada pelo tempo que se acelerou,
caminha esta nossa clínica, tão amante do bem,
sem dúvida,
mas o bem tem forma, cor e cheiro....o bem tem dosagem.
Me preocupa
qual será o tamanho desta sombra que repousa
por detrás destes castelos simétricos e conhecidos;
qual será a profundidade destas águas
onde navegam estes engenhosos navios?
Em minha prática diária vejo o caminho do humano pelo humano.
Me permito ver o ser que caminha e tropeça,
me permito ver que caminho e tropeço...
E então podemos levantar....um e outro
como dois errantes transeuntes que
puderam se encontrar.
É mais fácil ver o que há dentro da janela
quando se abre a janela....já nos ensinava o poeta:
Hoje estive a pensar nestas técnicas,
nestas estratégias tão vislumbradas por tantos....
e em como cada um de nós, estes pressupostos terapeutas,
estes chamados clínicos,
não podemos ser tomados por tantas teorias, estes delírios feitos verdades,
estes sonhos reducionistas da mesmice vulgar das coisas a que chamamos de estratégias terapêuticas.......mas o que é curar.......não sei.
Me preocupa que pressuponham que tenha as respostas para as doenças
se nem ao menos posso conhecer as perguntas.
Me assombra saber que esta luz da razão
gera em si mesma...a sombra da subjetividade que com tanto afinco pretendemos ignorar...mas ela não morre, tal qual o personagem de Drummond, ela é dura.....e não morre.
Sem maiores revoltas,
penso no escutar cuidadoso e sincero,
penso no toque honesto na pele,
penso no choro compartilhado,
penso nas histórias que se cruzam,
penso nestes passos que são nossos,
penso no sono perdido e no árduo trabalho,
penso no esforço deste entregar-se,
penso em mim a ser eu mesmo,
e penso.....
que a clínica do olhar profundo
da empatia sincera
não tem que ser aprendida,
tem que ser permitida,
posto que brota do infinito humano em nós
para o sem-fim humano do outro
sem números, cores ou doses.
E neste instante puramente clínico, um sorriso pode fazer tudo ganhar mais sentido....
Por Pedro Shiozawa
me atrevo a algumas considerações que,
por necessidade minha, aprendida, vale dizer,
ponho no papel como se, assim o fazendo,
pudesse concretizar este diálogo
com estas pessoas em mim.
Não penso no CID que automaticamente cabe na mente
acerca das personalidades múltiplas;
tampouco na genialidade do poeta português que foi tantos....
Penso, antes, nesta vivência fragmentadora que nos permeia o ser,
que rompe o que há de possível em nós
e que nos obriga, se tendemos à sanidade, à cisão.
A verdade clínica que hoje Está
é o resultado de um sem-fim de movimentos
que passaram pela magia,
pela observação,
que percorreram os anseios da Escola de Cós,
que sofreram com a cultura onde se embebiam,
que curaram,
que erraram,
que perderam e construíram.
Este movimento rastejante, serpentínico, cíclico,
o construir-se em si mesmo que tem sido esta nossa inestimável medicina, hoje Está.
A prática atual é refletida nos números,
a ciência racional é a ciência do teorizável,
do mensurável...”vejo, logo existe”; “teorizo, logo existo”.
O subjetivo passa pela estatística; o não comprovável, deixa de existir,
tal qual uma criança que ignora o que os olhos não alcançam,
a ciência subestima e mal vê o que suas técnicas não tangenciam.
Mas uma criança sonha.....
Neste caldo, imerso nesta polis imediatista,
amedrontada pela perda,
assombrada pelo tempo que se acelerou,
caminha esta nossa clínica, tão amante do bem,
sem dúvida,
mas o bem tem forma, cor e cheiro....o bem tem dosagem.
Me preocupa
qual será o tamanho desta sombra que repousa
por detrás destes castelos simétricos e conhecidos;
qual será a profundidade destas águas
onde navegam estes engenhosos navios?
Em minha prática diária vejo o caminho do humano pelo humano.
Me permito ver o ser que caminha e tropeça,
me permito ver que caminho e tropeço...
E então podemos levantar....um e outro
como dois errantes transeuntes que
puderam se encontrar.
É mais fácil ver o que há dentro da janela
quando se abre a janela....já nos ensinava o poeta:
“Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.”
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.”
Hoje estive a pensar nestas técnicas,
nestas estratégias tão vislumbradas por tantos....
e em como cada um de nós, estes pressupostos terapeutas,
estes chamados clínicos,
não podemos ser tomados por tantas teorias, estes delírios feitos verdades,
estes sonhos reducionistas da mesmice vulgar das coisas a que chamamos de estratégias terapêuticas.......mas o que é curar.......não sei.
Me preocupa que pressuponham que tenha as respostas para as doenças
se nem ao menos posso conhecer as perguntas.
Me assombra saber que esta luz da razão
gera em si mesma...a sombra da subjetividade que com tanto afinco pretendemos ignorar...mas ela não morre, tal qual o personagem de Drummond, ela é dura.....e não morre.
Sem maiores revoltas,
penso no escutar cuidadoso e sincero,
penso no toque honesto na pele,
penso no choro compartilhado,
penso nas histórias que se cruzam,
penso nestes passos que são nossos,
penso no sono perdido e no árduo trabalho,
penso no esforço deste entregar-se,
penso em mim a ser eu mesmo,
e penso.....
que a clínica do olhar profundo
da empatia sincera
não tem que ser aprendida,
tem que ser permitida,
posto que brota do infinito humano em nós
para o sem-fim humano do outro
sem números, cores ou doses.
E neste instante puramente clínico, um sorriso pode fazer tudo ganhar mais sentido....
Por Pedro Shiozawa
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Livro: "Memórias, Sonhos, Reflexões"
Título: Memórias, Sonhos, Reflexões
Autor: Carl Gustav Jung
Organizadora: Aniela Jaffé
Editora: Nova Fronteira
Edição: 26ª
Ano de Lançamento: 2000
Sinopse:
Na primavera de 1957, quatro anos antes de morrer, Jung sentiu a necessidade de narrar à sua colaboradora, Aniela Jaffé, aquilo que ele considerava o essencial de sua existência. Redigindo ele mesmo as passagens mais importantes, encarregou-a de coordenar o todo. Particularmente esclarecedor e instrutivo é o encontro com Freud, depois os desentendimentos e redefinições de pontos de vista em face ao Mestre, até a ruptura no desenvolvimento do psiquismo. Todas essas questões, verdadeiras aventuras, surgem em função de embates fundamentais entre consciente e inconsciente. 'Memórias, sonhos, reflexões' é a auto-análise de um dos grandes pensadores da humanidade.
Na primavera de 1957, quatro anos antes de morrer, Jung sentiu a necessidade de narrar à sua colaboradora, Aniela Jaffé, aquilo que ele considerava o essencial de sua existência. Redigindo ele mesmo as passagens mais importantes, encarregou-a de coordenar o todo. Particularmente esclarecedor e instrutivo é o encontro com Freud, depois os desentendimentos e redefinições de pontos de vista em face ao Mestre, até a ruptura no desenvolvimento do psiquismo. Todas essas questões, verdadeiras aventuras, surgem em função de embates fundamentais entre consciente e inconsciente. 'Memórias, sonhos, reflexões' é a auto-análise de um dos grandes pensadores da humanidade.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Conexões e Desconexões
O ser humano nasceu para relacionar-se...
Ao invés de ficarmos separados, porque não juntar?
Vamos nos conectar...
Para que tudo possa ser integrado
e possamos nos comunicar de forma mais humana.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A Fábula do Porco-Espinho...
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.
Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.
Moral da História:
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Lançamento do Livro: "Letras Imaginativas"
Livro: Letras Imaginativas
Breves ensaios de Psicologia Arquetípica
Breves ensaios de Psicologia Arquetípica
Autor: Marcus Quintaes
Local: Livraria da Vila
Data: 26 de agosto de 2011
Horário: das 18h30 às 21h30
Livro: Letras Imaginativas - Breves ensaios de Psicologia Arquetípica
Ano: 2011
Editora: Paulus
Autor: Marcus Quintaes
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Livro: "Uma ética para o novo milênio"
Livro: Uma ética para o novo milênio - Sabedoria milenar para o mundo de hoje
Ano: 2000
Editora: Sextante
Autor: Dalai Lama
Sinopse:
Uma revolução se faz necessária, mas não uma revolução política, ou econômica, ou mesmo tecnológica. O que se propõe é uma revolução espiritual. Não importa muito se uma pessoa tem ou não uma crença religiosa. Muito mais importante é que seja uma boa pessoa. Neste livro, o Dalai Lama tenta mostrar o que quer dizer com a expressão 'conduta ética positiva'.
Sua Santidade, o Dalai-Lama"Quanto mais coisas vejo no mundo, mais claro fica para mim que, sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, todos desejamos ser felizes e evitar os sofrimentos.Constato que, de modo geral, as pessoas cuja conduta é eticamente positiva são mais felizes e satisfeitas do que aquelas que se descuidam da ética. Tentarei mostrar neste livro o que quero dizer com a expressão ´conduta ética positiva´.Uma revolução se faz necessária, mas não uma revolução política, ou econômica, ou até mesmo tecnológica. O que proponho é uma revolução espiritual.Ao pregar uma revolução espiritual, estaria eu afinal defendendo uma solução religiosa para nossos problemas? Não. Cheguei à conclusão de que não importa muito se uma pessoa tem ou não uma crença religiosa. Muito mais importante é que seja uma boa pessoa.Estas declarações podem parecer estranhas, vindas de um personagem religioso. Porém, sou tibetano antes de ser Dalai-Lama, e sou humano antes de ser tibetano. Portanto, como ser humano tenho uma responsabilidade muito maior - uma responsabilidade que na verdade todos nós temos."
quarta-feira, 27 de julho de 2011
XIX Congresso Internacional da AJB - ”O lado mal dito de Jung”
XIX Congresso Internacional da AJB
Quando: 8 a 11 de setembro de 2011
Local: Hotel Serra Azul – Gramado/RS - Brasil
Para mais informações acesse: http://www.ijrs.org.br/atividades/simposio2011/
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Apresentação Projeto AMARGEN
“Os usuários não têm condições de fazer um tratamento convencional do ponto de vista psicológico, isso não funciona, para eles.
A proposta do Flavio, para mim, é a mais completa em termos de atendimento, porque ela não só faz o acolhimento, mas também busca aquele algo que transcende ao processo pessoal... vai mais além... segue na busca da espiritualidade.” (Suely Nassif, 2011)
Este é um projeto que resgata a essência da condição humana religando o processo de individuação à espiritualidade, como preconizou Jung.
domingo, 10 de julho de 2011
CURSO: "O Estudo das Mandalas e de suas Técnicas sob o olhar da Neuropsicologia e da Arteterapia"
Datas: 20/08; 17/09; 29/10; 26/11; 03/12 (aos Sábados)
Período: das 8h30 às 17h30
Local: Brooklin - SP/SP
Ministrantes: Maria Cristina Anauate e Regina Fiorezzi Chiesa
Período: das 8h30 às 17h30
Local: Brooklin - SP/SP
Ministrantes: Maria Cristina Anauate e Regina Fiorezzi Chiesa
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Armadilhas do varejo podem pegar os mais compulsivos
É preciso disciplina para entrar na ciranda do crédito sem cair na teia da inadimplência. O consumidor tem de se planejar para supermercado, roupa, eletrodoméstico, carro e imóvel.
Vitrine, liquidação e promoção são substantivos irresistíveis para alguns. Uma paradinha apenas: é disso que os lojistas precisam para fisgar o consumidor compulsivo. Até mesmo os menos entusiasmados se rendem diante de fortes apelos de marketing, de crédito fácil e de vendedores bem treinados. A ânsia de comprar acaba falando mais alto que o bom-senso; o impulso se sobrepõe ao raciocínio e ao planejamento.
Calcula-se que o Brasil possua hoje mais de 120 milhões de consumidores embalados pela estabilidade econômica, crescimento de empregos e renda, e redução de IPI. Com isso, boa parte dessa massa que somente agora passa a ter poder de compra, precisa ser orientada quanto a essa seara.
Suely Laitano Nassif, doutora em neurociências e mestra em distúrbios da comunicação, diz que, via de regra, a compulsão por compra envolve uma “falsa ideia de felicidade”, que dá sensação de poder, status, auto-estima e bem estar, que preencheriam, ilusoriamente, a carência afetiva.
Para conseguir a situação ideal de compra é preciso seguir alguns passos. Pesquisar preços via internet ou em lojas físicas é o primeiro deles. Estabelecer os sonhos de curto, médio e longo prazo também é importante. O sonho só pode ser alcançado com participação de toda família e com controle minucioso do dinheiro que entra e sai.
Olho vivo nas ofertas, já que as campanhas promocionais estão mais agressivas, com anúncio de descontos que na verdade não existem, induzindo o consumidor a comprar no ato para não perder a oportunidade. Na pressa, uma artimanha pode passar despercebida.
Avaliar a real utilidade de todas as funções é importante. Um celular com tecnologia Bluetooth, uma centrífuga, um carro com recursos para enfrentar neve, são exemplos de funcionalidades que encarecem o produto, mas em alguns casos sequer são usadas.
Todo cuidado é pouco se a opção escolhida for dividir o valor do bem adquirido. Valéria é taxativa ao dizer que “não existe parcelamento sem juros”. Domingos reforça: você emprestaria R$ 1 mil por 10 meses, sem cobrar juros? Por que o lojista o faria?
É preciso ser muito disciplinado para assumir um grande número de parcelas de baixo valor, porque podem cair no esquecimento e acarretar problemas futuros. Entretanto, se realmente a compra for necessária, a lógica de parcelamento não é errada, salvo se o comprador tenha o dinheiro para pagar à vista.
Se o pagamento for à vista, peça o desconto equivalente aos juros embutidos na forma parcelada. Caso esse fornecedor não conceda o abatimento, procure um produto similar ou outra loja. Todas elas têm margem flexível e o consumidor precisa praticar a negociação, sem se sentir envergonhado de pedir desconto ou melhores condições de financiamento.
E como saber se está correto o desconto concedido? Como não tem jeito de saber o juro embutido, a saída é ter um parâmetro pelo valor da inflação mensal, por exemplo. Um exercício para checar se compensa a compra à vista é calcular quanto vai render esse mesmo valor em uma aplicação. Se, ao final, o valor se equiparar ou superar o valor da compra, essa é a melhor opção.
Vilão para muitos e tábua de salvação para outros, o cartão de crédito, instrumento que facilita a compra parcelada, é usado erroneamente para financiar um produto ou serviço. Conter o impulso e conseguir se controlar são requisitos básicos para quem quer usufruir dos benefícios de um cartão de crédito e não pagar juros exorbitantes que chegam a 16% ao mês. “Os atos impulsivos não são premeditados e costumam gerar arrependimento posterior em função de consequências indesejáveis e dos riscos envolvidos”, afirma Suely.
O consultor de vendas Jorge Francisco Borges reconhece que o mau uso do cartão de crédito causou-lhe transtornos, constrangimentos e perda de tempo. A vontade de possuir uma câmera digital o levou a contratar um cartão do supermercado Extra, que permitia a compra em 10 vezes “sem juros”.
Ele passou a usar o cartão também para outras despesas. O alto valor acumulado inviabilizou o pagamento integral a partir do terceiro mês. “Os juros cobrados eram de 15% e a dívida de R$ 1,8 mil, foi para R$ 3 mil, depois que pedi financiamento na TAI / Itaú”, revela. O débito foi saldado em 10 parcelas de R$ 300.
Em outro cartão ele comprou para o filho, um tênis de R$ 300, em 10 vezes “sem juros” e, diante de contratempos financeiros, novamente fez uso para outras despesas. O saldo de R$ 1 mil foi financiado e refinanciado, subindo para R$ 1,2 mil, pagos em 3 vezes de R$ 400. “Somente nesses dois casos gastei cerca de R$ 2 mil e paguei mais de R$ 5 mil”. Borges decidiu não ter mais cartão.
Fonte: Valor Econômico
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Autismo Infantil
HISTÓRICOQue idéia tenho eu das cousas?Que opinião tenho sobre as cousa e os efeitos?Que tenho eu meditado sobre Deus e a almaE sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhosE não pensar. É correr as cortinasDa minha janela (mas ela não tem cortinas)(Fernando Pessoa)______________________
Em 1943, Kanner estudou e descreveu a condição de 11 crianças consideradas que exibiam uma incomum incapacidade de se relacionarem com outras pessoas e com os objetos, também apresentavam desordens graves no desenvolvimento da linguagem. A maioria delas não falava e, quando falavam, eram comuns a ecolalia, inversão pronominal e o concretismo. O comportamento delas era salientado por atos repetitivos e estereotipados; não suportavam mudanças de ambiente e preferiam o contexto inanimado. O termo autismo se referia à características de isolamento e auto-concentração dessas crianças, mas também sugeria alguma associação com a esquizofrenia.
No final da década de 70 Rutter descreveu o Transtorno Autista como sendo uma síndrome caracterizada pela precocidade de início e, principalmente, pelas perturbações das relações afetivas com o meio. Dizia que o autista possuía uma incapacidade inata para estabelecer qualquer relação afetiva, bem como para responder aos estímulos do meio. Daí em diante, vários pesquisadores foram revelando uma distinção cada vez mais evidente entre o autismo e a esquizofrenia.
Na década de 50 os autores norte-americanos, por mero pudor da palavra psicose, denominavam essas crianças como crianças atípicas ou possuidoras de um desenvolvimento atípico ou excepcional. A partir da década de 60 as psicoses infantis foram divididas em dois tipos, as psicoses da primeira infância e as psicoses da segunda infância. Dentre as psicoses da primeira infância foi colocado o Autismo Infantil Precoce. Portanto, foi entendido como um transtorno primário, diferente das outras formas de transtornos infantil secundários à lesões cerebrais ou retardamento mental.
Na Europa, notadamente na França, o conceito de Esquizofrenia Infantil foi substituído pelo conceito de Psicose Infantil, bem onde se enquadra o Autismo. Portanto, também para os franceses, o Autismo Infantil é uma psicose. Mais precisamente, o termo psicose infantil precoce se aplica às psicoses que se iniciam na primeira infância, enquanto a Esquizofrenia Infantil, propriamente dita, ficou reservada aos quadros com início mais tardios, porém, que surgem depois da criança Ter passado por um desenvolvimento relativamente normal.
INCIDÊNCIA
O autismo acomete crianças do sexo masculino em uma proporcão de 5:1 em comparação com crianças do sexo feminino. A incidência do distúrbio é bastante variado e depende de critérios diagnósticos e investigativos de diferentes pesquisadores, variando dentro de uma faixa de 5 a 15 casos em cada 10.000 indivíduos.
É fundamental a observação de que pacientes autistas apresentam bastante precocemente, déficits cognitivos que limitam sua interação com o meio. Também é universalmente reconhecida a grande dificuldade que os autistas têm em relação à expressão das emoções. Faria parte dessa anormalidade específica uma incapacidade de reconhecer a emoção no rosto dos outros, uma falha constitucional envolvendo os afetos, uma ausência de coordenação sensório- afetivo e déficits afetivos comprometendo as habilidades cognitivas e de linguagem. Dessa maneira, o quadro sintomático de pacientes autistas é marcado por uma incapacidade de constituir contato afetivo de maneira comum.
DIAGNÓSTICO
Segundo o DSM.IV, os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, onde se inclui o Autismo Infantil, se caracterizam por prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento, tais como: nas habilidades da interação social, nas habilidades de comunicação, nos comportamentos, nos interesses e atividades. Os prejuízos qualitativos que definem essas condições representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo. Esta seção do DSM.IV inclui o Transtorno Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno de Asperger. De maneira mais ou menos comum, esses Transtornos se manifestam nos primeiros anos de vida e, freqüentemente, estão associados com algum grau de Retardo Mental. Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são observados, por vezes, juntamente com um grupo de várias outras condições médicas gerais, como por exemplo, com outras anormalidades cromossômicas, com infecções congênitas e com anormalidades estruturais do sistema nervoso central.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA TRANSTORNO AUTISTA
A. Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de (1), um de (2) e um de (3):
(1) prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes aspectos:
(a) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais tais como contato visual direto, expressão fácil, postura corporais e gestos para regular a interação social.
(b) fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível do desenvolvimento
(c) falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex., não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse) falta de reciprocidade social ou emocional
(2) prejuízos qualitativos da comunicação, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos:
(a) atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhando por uma tentativa de compensar através de modos a alternativos de comunicação tais como gestos ou mímica)
(b) em indivíduos com fala adequada, acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou desenvolver uma conversação
(c) uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática, falta de jogos ou brincadeiras de imitação social variados e espontâneos apropriados ao nível do desenvolvimento
(3) padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses, e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos:
(a) preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco
(b) adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não-funcionais
(c) maneiras motores estereotipados e repetitivos (por ex., agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)
(d) preocupação persistente com partes de objetos
B. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos 3 anos de idade; (l) interação social, (2) linguagem para fins de comunicação social, ou (3) jogos imaginativos ou símbolos.
C. A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da Infância.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), através de sua Classificação Internacional das Doenças, 10ª revisão (CID.10), refere-se ao Autismo Infantil (ou síndrome de Kanner) como uma Síndrome existente desde o nascimento ou que começa quase sempre durante os trinta primeiros meses, onde as respostas aos estímulos auditivos e às vezes aos estímulos visuais são anormais, havendo, habitualmente, graves dificuldades de compreensão da linguagem falada. A fala é atrasada e, quando desenvolve, caracteriza-se por ecolalia, inversão de pronomes, imaturidade da estrutura gramatical e incapacidade de empregar termos abstratos.
Geralmente há uma alteração do uso social da linguagem verbal e gestual. Os problemas de relação com os outros são os mais graves antes dos 05 anos de idade e comportam principalmente um defeito de fixação do olhar, das ligações sociais e da atividade de brincar.
Portanto, sobre o Autismo Infantil a CID.10 diz tratar-se de "um transtorno invasivo de desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Sublinha que o transtorno ocorre em garotos três ou quatro vezes mais freqüentemente que em meninas.
Por Pedro Shiozawa________________________________________________________________meu olhar azul como o céu É calmo como a água ao sol. É assim, azul e calmo, Porque não interroga nem se espanta ... Se eu interrogasse e me espantasse Não nasciam flores novas nos prados Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo... (Mesmo se nascessem flores novas no prado E se o sol mudasse para mais belo, Eu sentiria menos flores no prado E achava mais feio o sol ... Porque tudo é como é e assim é que é, E eu aceito, e nem agradeço, Para não parecer que penso nisso...)(Fernando Pessoa)______________________
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Figura asomada a la ventana - DALI
Obra: Figura asomada a la ventana (1925)
Autor: Salvador Dali (1904-1989)
Você sabia?
A mulher representada na foto é na verdade Ana Maria, irmã do pintor. A janela corresponde àquela de uma casa de veraneio da família na Baía dos Cadaqués.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Projeto AmarGen - o gen do amor
O PROJETO AMARGEN é uma possibilidade de abordagem na área de saúde mental e uma resposta à realidade vivida pelos profissionais e usuários de saúde mental do CAPS de São Bernardo do Campo, um local de condições precárias e um inchaço de demanda não atendida: a falta de amor, processo vivido em muitas instituições psiquiátricas.
Este projeto parte da premissa de que existe um artista no interior de cada um de nós, pois a expressão artística é inerente ao humano. Acreditamos também que de alguma forma todos estamos doentes neste planeta e que a busca da cura também nos é inerente. Padecemos por viver no mundo da separação (mente-corpo, espírito-matéria, masculino-feminino) e nos curamos na medida em que re-conectamos estes opostos. O sentimento de amor é um poderoso “remédio” como elemento de ligação. Segundo o português lusitano arcaico, a ARTE é o Amor Refletido no Tempo e no Espaço, e o Amor significa A – sabedoria – e MOR – maior.
É através da arte e de técnicas corporais que buscamos proporcionar uma vivência transformadora aos usuários dos serviços de saúde mental, tendo como objetivo:
1) Viabilizar a inclusão de recursos artísticos, como o palhaço, a dança e o teatro;
2) Viabilizar a produção de espetáculos artísticos;
3) Viabilizar a inclusão de abordagens corporais, como a Yoga e a massagem ayurvédica;
4) Oferecer uma perspectiva profissional através do ofício do artista;
5) Gerar renda capacitando os usuários para se tornarem agentes comunitários na atuação em populações com patologias semelhantes às por eles apresentadas (como a dependência química);
6) Incluir a perspectiva do sagrado.
Até o momento, o fator avaliado no projeto foi a adesão dos usuários do CAPS ao tratamento. O psiquiatra Flávio Falcone fez um estudo num corte de 4 meses (julho-outubro/2009) comparando 2 tipos de trabalho. Os usuários escolhem de quais grupos participar: psicoterapia+medicação ou grupo de teatro+psicoterapia+medicação.
Grupo Psicoterapia+Medicação
Incrições: 242 pacientes
Permanecem em tratamento: 15 pacientes
Adesão: 6,66%
Grupo Teatro+Psicoterapia+Medicação
Incrições: 51 pacientes
Permanecem em tratamento: 23 pacientes
Adesão: 45%
Ambos os grupos foram coordenados pelo mesmo terapeuta, o fator empatia passa a ser o mesmo nos dois e, portanto, o resultado confere maior credibilidade ao trabalho desenvolvido.
Para sua efetiva realização e continuidade, o Projeto busca parcerias públicas, organizações não governamentais, fundos internacionais, empresas privadas.
Por Dr. Flávio Falcone
Psiquiatra | Bailarino | Palhaço
A Negra - TARSILA
Obra: A Negra (1923)
Autor: Tarsila do Amaral(1886-1973)
Onde ver: MAC - Universidade de São Paulo
Você sabia?
Esta tela foi pintada por Tarsila em Paris, enquanto tomava aulas com Fernand Léger. A tela o impressionou tanto que ele a mostrou para todos os seus alunos, dizendo que se tratava de um trabalho excepcional. Em A Negra temos elementos cubistas no fundo da tela e ela também é considerada antecessora da Antropofagia na pintura de Tarsila. Essa negra de seios grandes, fez parte da infância de Tarsila, pois seu pai era um grande fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de escravos, eram as amas-secas, espécies de babás que cuidavam das crianças.
sábado, 11 de junho de 2011
Autismo no Cinema
O filme Amargo Pesadelo estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. O diretor fez a locação de um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários atores contracenando com o proprietário do posto onde ele também morava com sua mulher e filho. Este último autista e nunca saía do terreno da casa.
A equipe parou no posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de encaixar no filme.
Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos atores que sendo músico sempre andava acompanhado do seu instrumento de cordas aproveitando o intervalo da gravação e já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto.
Como houve uma 'resposta musical" por parte do garoto, o diretor captou a importância da cena e mandou filmar. O restante vocês verão no vídeo.
Atentem para alguns detalhes:
- O garoto é verdadeiramente um autista;
- ele não estava nos planos do filme;
- A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando
- A felicidade da mãe captada numa janela da casa;
- A reação autêntica de um autista quando o ator músico quer cumprimentá-lo.
Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto. A sua expressão. No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo, ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a sua expressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria.
A alegria de um autista, que é resgatada por alguns momentos, graças a um violão forasteiro. O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência, que a magia da música traz à superfície.
Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada "por acaso" no filme "Amargo Pesadelo" (Ano: 1972).
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