quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Não consigo parar..." - Um caso de TOC

Caso:
Maria tem 18 anos, lava louças, as seca e as guarda, lava a pia. Ela “não consegue ver nada sujo”, varre a casa, passa pano no chão, puxa a água do chuveiro, arruma a própria cama diversas vezes. Troca de roupa na hora se esta ficar suja. Separa e classifica os livros, por tamanho, cor ou tipo. Se contrariada, irrita-se. Movimenta a língua para os lados e para frente, tocando o queixo. Rói as unhas. Puxa os cabelos. Episódios de auto-agressão. Repete frases que escuta. Tem tido dificuldades na escola e pensa que precisa de ajuda, o sofrimento já lhe toma conta. Na próxima semana tem consulta marcada...


Diagnóstico Psiquiátrico:
Critérios Diagnósticos do transtorno obsessivo-compulsivo segundo o DSM-IV:

Critério A: Presença de compulsões (atos repetitivos que aliviam os pensamentos) ou obsessões (idéias intrusivas normalmente egodistônicas).
Critério B: percepção do caráter não razoável das obsessões e compulsões em algum momento da doença.
Critério C: consomem tempo de modo a interferir na rotina do doente.
Critério D: afastar-se de outros diagnósticos do eixo 1 de modo que a sintomatologia possa se dever ao TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) propriamente dito.
Critério E: os sintomas não se devem ao efeito direto de substância psicoativa.

Literatura:
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
(C D Andrade)

Pedro Shiozawa

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