sábado, 4 de dezembro de 2010

A Pantera

De tanto olhar as grades seu olhar
esmoreceu e nada mais aferra.
Como se houvesse só grades na terra:
grades, apenas grades para olhar.

A onda andante e flexível do seu vulto
em círculos concêntricos decresce,
dança de força em torno a um ponto oculto
no qual um grande impulso se arrefece.

De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio.
Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instila
para morrer no coração.
(Rainer Maria Rilke)

Fonte: http://mscamp.wordpress.com/2008/11/25/a-pantera-rainer-maria-rilke/

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